sábado, 27 de junho de 2015

Ter dinheiro é arriscado

Dando continuidade ao comentado no post anterior com relação ao perfil financeiro do brasileiro podemos fazer uma conclusão bem simples, somos arrojados para gastar, e conservadores para investir.

Há toda uma ideologia cultural de manter seu dinheiro poupado com o suor do trabalho de maneira segura e confiável, e isso muitas vezes em sacrificar a rentabilidade, e por que não, perder dinheiro numa falsa sensação de segurança. Mas como assim? você deve estar se perguntando, não há uma modalidade de investimento 100% segura? e as aplicações tradicionais como poupança? 

O que eu vou tentar desmistificar nesse post é que todo esse excesso de zelo desnecessário e ilusório vem se tornando nocivo para seus objetivo.


A esse ponto você já deve estar pensando, que baboseira é esta que estou lendo. Calma, sua indignação é justificável e não há necessidade para sair correndo e sacar todo seu capital do banco, não é isso que queremos, apenas abrir os olhos de que as outras modalidades de aplicações em renda fixa não são o bicho de sete cabeças que parecem.

Começando pelas sensações de segurança vamos começar pela mais velha maneira de guardar dinheiro que há, embaixo do colchão, sim, eu sei que parece algo cômico alguém manter grandes quantias em espécie paradas em sua residência, mas precisamos lembrar que até a nossa presidenta é adepta desta modalidade.

O fato de manter seu dinheiro próximo se expõe a um risco, a falta de segurança que uma residência proporciona, seja ele por assaltos ou acidentes como incêndios, seu dinheiro está sujeito a literalmente virar pó em segundos se houver algum incidente do tipo e sem nenhuma garantia.

A alternativa a isso seria contratar uma instituição financeira, um banco, para manter seu dinheiro, parecem soluções confiáveis e baratas que proporcionam toda a proteção, porém se quisermos ser pessimistas podemos pensar que bancos também quebram, frequentemente vemos casos de bancos como Cruzeiro do Sul, ou Panamericano e por que não a famosa poupança Bamerindus (que não está tão mais na boa assim) que sem nenhum aviso decretam a falência deixando correntistas de cabelos em pé.

Há sim uma garantia para os bancos em terras nacionais, o Fundo Garantidor de Crédito, conhecido como FGC, que no momento em que este post é escrito tem uma cobertura de 250 mil reais por CPF de correntista em cada instituição financeira.

Bom, então achamos uma solução para manter nosso dinheiro seguro não é mesmo ? Em termos sim, mas ligando mais uma vez aquele nosso botãozinho catastrófico temos que lembrar que o FGC é uma instituição, por isso possui um lastro, há um limite de dinheiro que ele pode cobrir, e isso é muito viável em bancos pequenos, mas será que há limite quando um banco grande quebra? e se mais de um quebrar? Pode soar um tanto impossível, mas em 2008 aconteceu, e em um país com economia sólida, os Estados Unidos.

Então uma soberania maior que uma instituição somente a nação mesma não é? Vamos correr as letras dos tesouro! 

Sim, é uma solução que parece ser ainda mais segura, e por que não dizer a prova de falhas? Afinal, se um país não consegue arcar com suas obrigações é por que literalmente a vaca foi pro brejo mesmo, e não esperamos que isso possa acontecer... mas acontece, Argentina recentemente deu o calote nos empréstimos que fez, a Grécia vem seguindo em uma novela semelhante enquanto conversamos, e você pode até estar achando um tanto quanto óbvio isso agora, quando a economia se mostra fraca e despedaçada, mas esse tipo de investimento chega a ter vencimentos com 30 anos, e as coisas podem não ser tão claras assim no momento em que você decide aplicar.

Óbvio que todos esses cenários que descrevi são um tanto quanto apocalípticos, se você discordou de qualquer um deles ou apenas desacreditou, então não tem desculpas para ficar mantendo seu dinheiro parado em uma conta corrente qualquer ou até mesmo a poupança. O que quero mostrar é que nosso sistema financeiro apresenta inúmeras garantias que quando acionadas em sua maioria, é por que não haveria realmente alternativa segura para manter o capital, então é hora de começarmos a pensar fora da caixa e sair dos modelos tradicionalmente difundidos de geração para geração. Então se você optou por aplicar, concentre-se nos objetivos, meça se as garantias se enquadrariam na sua aplicação e conquiste seus objetivos!

Abraços e bons investimentos.


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